quarta-feira, 12 de agosto de 2009

UFPR terá prédio verde




O Laboratório de Imunogenéti­ca e Histocompatibilidade (LIGH) da Universidade Federal do Paraná começará, ainda este ano, a construção de um prédio que integrará também os laboratórios de citogenética e oncogenética da instituição, formando o Laboratório Integrado de Ge­­nética Humana (LIGH, mesma sigla), instalado no Centro Politécnico, no bairro Jardim Botânico.

Com projeto arquitetônico do arquiteto e professor da instituição, José Sanchotene, e coordenação geral da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – Regional Paraná (Asbea-PR), o prédio que será construído em frente ao edifício de Ciências Biológicas da UFPR será planejado, executado e gerido de forma sustentável (ou seja, de forma eficiente e com o menor impacto ambiental possível). Terá a tarefa de obter o LEED (Leadership in Energy and Envi­ronmental Design) de Novas Cons­truções, certificação emitida pelo Green Building Council Brasil pa­­ra prédios sustentáveis, segundo critérios específicos.

A arquiteta Cris Lacerda, que coordena os trabalhos de consultoria e gerenciamento da Asbea-PR para o LIGH, explica que o de­­safio da obra começa com uma quebra no padrão de elaboração de projetos no Brasil. “O usual é se fa­­zer o projeto arquitetônico e re­­passá-lo para a elaboração dos ou­­tros projetos, hidraúlico, elétrico, etc. Nesse caso precisamos fa­­zer tu­­do junto.”

Os escritórios da Asbea-PR en­­volvidos no projeto são treze: Átrio Arquitetos, Realiza Arquite­tu­­ra e Planejamento, C. Lacerda Arquitetura e Engenharia, Adol­fo Sakaguti Arquitetura e Consul­to­ria, Baggio & Schiavon Arquite­tu­ra, Dalton Vidotti Arquitetura, Elaine Zanon e Claudia Machado Arquitetura e Design, Fernando Schwertner Arquitetura, Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associa­dos, Furtado Junior Arquitetura, Proa Arquitetura, R. Dalledone Pro­­jetos de Arquitetura, Sobe Ser­viços, Obras e Empreen­di­mentos. “Cada um tem experiência em uma área e ajuda na pesquisa e no desenvolvimento de uma parte do projeto”, comenta Cris.

Fora os escritórios associados, há o trabalho de outros consultores externos, como os arquitetos paulistas Franck e Ana Lúcia Si­­ciliano – o primeiro auxiliando na consultoria de eficiência energética e sistemas construtivos, e ela na área de interiores, na especificação de materiais e no uso racional da água – e o Centro de Tec­nologia em Edificações (CTE), de São Paulo, na documentação e bu­­rocracia do LEED.

“Com esse projeto, a Asbea-PR espera criar um novo paradigma pa­­ra a construção no estado”. O lan­­çamento oficial da construção do prédio está marcado para os dias 8 e 9 de outubro. Até lá o projeto será finalizado. A associação irá auxiliar o LIGH também na li­­citação da obra. As empresas escolhidas para a execução deverão ter qualidades e processos sustentáveis. “O preço não pode ser o critério, como ocorre na maioria das licitações públicas”, ressalta Cris.

Homenagem

Nos 3.456 metros quadrados da construção está incluso um me­­morial em homenagem a Newton Freire-Maia, cientista, professor e um dos responsáveis pela introdução da Genética no Brasil, nas décadas de 1940 e 1950, e criador do laboratório da UFPR.

O memorial terá um pequeno teatro para 200 pessoas, com a possibilidade de abertura para o jardim externo. “A fachada em vidro do memorial, com a iluminação natural passando, é a parte mais poética da construção que representa a luz do conhecimento”, diz o arquiteto José San­­chotene.

“Com esses novos laboratórios criamos condições de vanguarda para pesquisar com o que há de mais moderno para a formação de profissionais da área de Genética”, afirma Maria da Gra­ça Bicalho, diretora do LIGH e pro­fes­sora do departamento de Ge­­nética da UFPR.

domingo, 2 de agosto de 2009

direto de 1981

Arquitetos pegam na massa e dão exemplo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de dezembro de 1981

Domingo, a partir das 10h30min, uma festa da cumeeira de características originais aconteceu no bairro Tarumã, num conjunto habitacional que a Sakamori ali está construindo. Alunos e professores do curso de arquitetura da Universidade Federal do Paraná se confraternizaram, num ambiente descontraído, com mestres-de-obras e operários pela finalização de uma casa popular que foi totalmente erguida por 26 estudantes, num trabalho prático do "arquiteto construindo".

Dentro de uma nova proposta de integração dos futuros arquitetos na realidade do mercado, uma das filosofias que o professor Leo Grossman levou para a chefia do Departamento de Arquitetura do Setor de Ciências Tecnológicas da UFP, o professor José Sanchotene, 39 anos, da turma de 1962 da UFPR, titular da cadeira de Composição 6 propôs aos 26 alunos do 3º ano, a tarefa de construção de uma casa popular. Durante 60 dias, jovens entusiastas - entre os quais muitas moças, habitualmente de unhas esmaltadas e mãos bem tratadas, aprenderam a preparar cal e cimento, a colocar tijolos e a erguer paredes - num trabalho prático e que "se destina, antes de tudo, a mostrar que o arquiteto está mudando a imagem de apenas conceber projetos nas pranchetas, distante da realidade", como explica Sanchotene - capaz de se inflamar ao falar desta nova forma de atuação-integração-ação dos estudantes.

Ao que se saiba, esta foi uma das primeiras vezes no Brasil - e com certeza, a primeira nos 20 anos de existência do curso de arquitetura da UFP, que os estudantes levaram um trabalho prático até as ultimas [conseqüências]. Se os futuros profissionais de quase todas as áreas tem estágio e aprendizado prático, desenvolvido em indústrias, empresas, escritórios-modelos etc; os arquitetos se propuseram, agora, a não permanecer apenas comodamente nas pranchetas de escritórios acarpetados e com ar condicionado, mas, isto sim, chegarem [à] obra física, conviver com operários e mestres-de-obras, aprendendo, na prática, a melhor forma de solucionar um problema real. "Acredito que frente a uma nova realidade de mercado, em que a mão-de-obra escasseia e encarece, o arquiteto, mesmo não invadindo a área do engenheiro, tem que conhecer de fato aquilo que pretende ver edificado", diz Sanchotene, consciente também de que esta experiência desenvolvida no conjunto popular que vem sendo executado pela Sakamori Empreendimentos, não se repetirá da forma gratuita como foi feita. Afinal, no momento em que 26 estudantes se dispuseram, durante 2 meses, a trabalhar graciosamente passaram a representar uma (desleal) concorrência com os operários e se o Sindicato dos Empregados na Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná tivessem a organização e a fiscalização existente em outros centros, teriam surgidos protestos. Entretanto, foi apenas uma experiência - que se encerrou na conclusão da unidade-piloto e se houver uma nova proposta, em 1982, o mínimo que se fará é que a empresa beneficiada com esta mão-de-obra voluntária, faça o pagamento correspondente aos empregados que nela seriam utilizados e a importância reverterá em favor do sindicato da classe.

rubens meister

RUBENS MEISTER -1922-2009
RACIONALISMO E RIGOR CONSTRUTIVO
RUBENS MEISTER FOI RESPONSÁVEL PELA DIFUSÃO DO MOVIMENTO MODERNO EM CURITIBA A PARTIR DO CONCURSO PARA O TEATRO GUAÍRA (1948) ATÉ A DÉCADA DE 1960, QUANDO TEVE INÍCIO O CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

POR SALVADOR GNOATO

Rubens Meister nasceu em Botucatu, no Estado de São Paulo, em 1922, mas criou-se em Curitiba. Descendente de suíços, cursou o primeiro grau na Deutscheknabeschule (escola alemã para meninos) do Colégio Bom Jesus, onde aprendia-se e falava-se alemão.

Depois de matriculado em engenharia civil na UFPR (Universidade Federal do Paraná), Meister foi ao Rio de Janeiro onde se classificou no curso de arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, mas não prosseguiu com os estudos. No ano seguinte à sua formatura, em 1947, Meister começou a lecionar a disciplina Construção dos Edifícios: Arquitetura, no curso de engenharia civil da UFPR, onde foi o responsável pela introdução do ideário da arquitetura moderna para uma geração de engenheiros que atuaram profissionalmente com projeto. Em 1956 Meister presidiu uma comissão encarregada de criar o curso de arquitetura e urbanismo na UFPR, no Centro Tecnológico. Na procura por professores, convidou pessoalmente Vilanova Artigas.

Em 1959, o engenheiro fez sua primeira viagem à Alemanha e, em 1970, à América do Norte. Meister se atualizou e complementou sua formação específica em arquitetura de forma autodidata. Para isso valeu-se de revistas importadas, como Architectural Record, Architectural Forum, Progressive Architecture, L'Architecture d'Aujoud'hui, além da brasileira Acrópole, entre outras.

Recém-formado, participou do concurso do Teatro Guaíra e obteve o terceiro lugar. O concurso foi vencido por dois projetos acadêmicos, resultado de um júri conservador. Mas seu projeto foi escolhido pelo governador Bento Munhoz da Rocha como parte das obras realizadas pelo Estado, que incluía também o Centro Cívico e tinha a arquitetura como expressão de modernidade.

O Guaíra, Le Corbusier e o construtivismo russo

A influência exercida pelo projeto do Palácio dos Soviéticos (1931), em Moscou, desenvolvido por Le Corbusier junto aos arquitetos do Movimento Moderno, permite estabelecer algumas relações entre o Teatro Guaíra e o Construtivismo Russo.

Os primeiros teatros projetados pelo Movimento Moderno não foram executados, como o Teatro Total (1927), de Walter Gropius, e o Teatro Estatal da Ucrânia (1931), dos russos Alexander e Victor Vesnin, com quem Le Corbusier esteve reunido em sua primeira visita a Moscou, em 1928. A relação com o Construtivismo se expressa na exuberância da volumetria do Palácio dos Soviéticos, em contraste com a fase purista da década de 1920.

Os projetos do Movimento Moderno adotavam o conceito "a forma segue a função". Os auditórios desses projetos têm disposição espacial em forma trapezoidal, perceptível externamente ao edifício, uma novidade em relação às tipologias acadêmicas. As variações ocorrem na forma de dispor o saguão de acesso e a área do palco.

Apesar da originalidade na distribuição dos volumes, na implantação monumental e sua relação de contraste com a cidade, permanecem os conceitos de simetria e composição clássica. O Teatro Guaíra também apresenta proporções de simetria, quer em sua disposição volumétrica como na relação com o entorno, visto que o projeto original foi concebido para ser implantado em uma praça. A mudança para um quarteirão com menor área fez com que o teatro ficasse "apertado" no local onde foi construído. A valorização do percurso arquitetônico, desde a entrada ao nível da rua até o acesso ao auditório, no segundo pavimento, recurso utilizado pelas academias Beaux Arts, foi herdado também por Le Corbusier e Oscar Niemeyer.



Meister enfrentou grandes dificuldades no desenvolvimento do projeto e na definição do programa quanto à especificidade do teatro, na falta de assessoria para as soluções de acústica e de visibilidade. Para Meister, "um auditório é como uma caixa de violino, cuja missão é amplificar os sons naturais em seus timbres corretos, sem que ocorram distorções". O esforço para solucionar tais dificuldades levou Meister a desenvolver um conhecimento aprofundado sobre visibilidade e acústica de auditórios, de forma autodidata, apoiando-se em literatura estrangeira. Manteve também correspondência com o arquiteto alemão Ben Schlanger, criador das curvas de visibilidade em auditórios, que trabalhava nos projetos de cinemas em Hollywood.

Meister participou como representante da América Latina no Congresso da Society of Motion Pictures and Television Engineers de Montreal, no Canadá, em 1965, onde apresentou sua tese Morfologia dos cine-auditórios, elaborada como exame de cátedra na UFPR, em 1957.

O pequeno auditório para 504 pessoas, o "Guairinha", foi inaugurado em 1954, e o grande auditório, para 2.174 pessoas, foi concluído em 1974. Meister projetou ainda o Auditório da Reitoria da UFPR, para 700 lugares, com uma disposição espacial peculiar: o acesso principal acontece pela parte inferior da platéia. Nessa obra, Meister obteve expressivo efeito estético em razão do uso de pórticos de concreto revestidos de granito, que também servem de pilotis para o saguão de entrada, cuja ampla esquadria com vidros permite a visualização do interior pela rua 15 de Novembro.

Racionalismo e rigor construtivo
Depois da experiência corbusiana do Teatro Guaíra, Meister foi "contagiado" pelo classicismo de Mies van der Rohe, na vertente do racionalismo metodológico-didático segundo descrição de Giulio Carlo Argan em Arte moderna - do iluminismo aos movimentos contemporâneos. O trabalho de Meister em Curitiba encontra paralelo com os escritórios de Rino Levi e Oswaldo Bratke, em São Paulo, e com MMM Roberto no Rio de Janeiro, prestigiados tanto pela competência profissional no atendimento de programas complexos, quanto pela qualidade arquitetônica reconhecida nos meios culturais. Tais escritórios serviram de modelo para o jovem Meister em seu início de carreira.

Meister absorveu o racionalismo do Movimento Moderno compreendendo as possibilidades tecnológicas disponíveis no Brasil e também as necessidades de conforto ambiental. Como não se dispunha de parque industrial capaz de possibilitar a execução de edifícios com o apuro de detalhamento das torres de aço e vidro de Mies, os brasileiros trabalharam com o concreto armado. A arquitetura desenvolvida em Curitiba procurava atender o clima temperado de uma cidade localizada em um planalto a 900 metros do nível do mar. O frio e o vento mais intensos no inverno fizeram com que o uso de pilotis fosse menos comum em Curitiba.

No projeto de sua própria casa, Meister estabeleceu relações formais com as moradias destinadas aos professores da Bauhaus, desenhadas por Gropius. Uma elegante passarela de concreto armado faz a ligação do corpo da casa com o volume do abrigo para automóveis. Complementa a composição estética da casa o uso de paredes de tijolo à vista e esquadrias de ferro dispostas sem o uso de vergas de modo a permitir maior fluidez espacial entre os ambientes internos e externos.

Depois da execução do auditório da reitoria da UFPR, Meister realizou um projeto de grande porte, o Centro Politécnico da UFPR. Inspirado no Illinois Institute of Technology - IIT (1939-1958), em Chicago, obra de Mies, o novo conjunto de edificações, localizado em um vasto terreno afastado da malha urbana, adotou semelhante proposta de implantação dos blocos, de acordo com o espírito funcionalista dos CIAMs. A qualidade tectônica do conjunto dos edifícios realça a boa arquitetura do projeto, 50 anos após a sua concepção. O edifício principal de administração, com cinco pavimentos, se destaca no conjunto. A disposição em lâmina, a estrutura independente, as esquadrias moduladas e o pavimento térreo com amplo espaço livre e recuado em relação ao balanço do corpo do edifício estão entre as principais características do Movimento Moderno.

Outro projeto em lâmina desenvolvido por Meister foi o do edifício-sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). As fachadas laterais da construção dispõem de esquadrias moduladas que compõem com as aberturas das faces laterais. A composição de pilares, vigas e esquadrias adotam um rigor geométrico dentro da melhor tradição classicista do Movimento Moderno. O uso de revestimento cerâmico nas alvenarias de vedação externa, contrastando com pilares e vigas de concreto aparente, é uma linguagem freqüente na expressão estética dos edifícios de Curitiba.

O edifício Barão do Rio Branco (1958), projetado em parceria com Salvador Candia, iniciou uma série de obras destinadas a edifícios de escritório. Uma dessas é o prédio da Caixa Econômica, na praça Carlos Gomes, cuja implantação em terreno de esquina adota a tipologia torre sobre embasamento. O edifício se insere perfeitamente na esquina, como se percebe ao nível da rua, e exibe uma excelente relação entre as grandes esquadrias, inter-relacionando o interior da agência com o espaço público da calçada. O auditório, no último pavimento, complementa o coroamento da edificação.



O edifício da Agência Bamerindus HSBC é uma interpretação brasileira do racionalismo metodológico-didático. Localizado em uma esquina, observa-se correta e bem proporcionada solução estrutural, e elegante uso de brises-soleis. Esse projeto foi a última e mais arrojada aplicação do Plano Massa de Alfred Agache, que imaginava uma galeria coberta ao longo de toda a rua 15.

Com a construção da sede da Prefeitura Municipal de Curitiba concluiu-se a transferência dos edifícios administrativos estaduais e municipais para o Centro Cívico. Construído quase dez anos depois dos projetos de inspiração carioca, esse edifício projetado por Meister é o mais miesiano do conjunto arquitetônico do Centro Cívico, com a sobriedade característica de sua produção nas décadas de 1950 e 1960.

Localizada nas proximidades do Centro Cívico, a sede do Centro de Processamento de Dados do Paraná (Celepar), empresa de capital misto, é uma edificação de dois pavimentos implantada na parte mais alta de amplo terreno.

O projeto da Rodoferroviária é uma de suas últimas obras públicas. A solução de Meister demonstra sua capacidade de resolver uma estrutura simples, com os grandes vãos que o programa solicitava e usando telhas de cimento-amianto. Um detalhe construtivo chama atenção na concepção estética da obra: o pilar que "torce" de lado, na relação do apoio no piso e na junção com a viga superior.

Meister não se deixa influenciar pelo brutalismo dos arquitetos paulistas, muitos deles professores do curso da UFPR. Contudo, em meados da década de 1970 ocorreu uma mudança de atitude em seu escritório, com a adoção de uma linguagem mais wrightiana na distribuição espacial e no uso de "materiais naturais", como tijolo, madeira e pedra. O projeto da casa Manoel Rosemann mostra que o uso de um vocabulário consagrado, como o das praire houses de Frank Lloyd Wrigth, é atemporal. O Centro de Atividades do Sesc, em Curitiba, é um edifício composto por espaços de uso múltiplo, que apresenta volumetria bem dosada no uso de tijolo a concreto armado.

Dentro do consagrado panorama da arquitetura brasileira construída nas décadas de 1950 e 1960, a obra de Rubens Meister tem características acentuadamente tectônicas. Rigor projetual e funcional, honestidade nas soluções construtivas e despojamento estético fazem da obra de Rubens Meister um clássico da arquitetura do Movimento Moderno no Brasil.