terça-feira, 6 de outubro de 2009

UFPR lança pedra fundamental de prédio sustentável (2)

O Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná lança nesta quinta-feira (8/10), às 10 horas, a pedra fundamental de um novo edifício, a ser construído no Campus do Centro Politécnico.

Com projeto elaborado pelo arquiteto José Sanchotene, a partir de critérios técnicos estabelecidos pela UFPR, o novo prédio deverá ser o primeiro edifício do poder público no Paraná e o terceiro no Brasil a contar com o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, na sigla em inglês), concedido pelo Green Building Council para certificar edificações sustentáveis.

Uma ampliação das instalações do Setor de Ciências Biológicas, o prédio abrigará o Memorial Newton Freire-Maia e o novo Ligh, rebatizado como Laboratórios Integrados de Genética Humana.

A nova estrutura do Ligh permitirá a união de dois laboratórios que já integram o departamento de Genética da UFPR, o Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade e o Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética, o que aumentará a interação entre pesquisa e atuação prática na formação dos alunos e ampliará a atuação dos laboratórios no suporte ao serviço de transplante de medula óssea do Hospital Erasto Gaertner.

"A integração nos trará também condições de formalizar e ampliar diversos programas de apoio ao doador, como o Centro de Referência e Atendimento ao Doador Voluntário de Medula Óssea e os Consultórios de Aconselhamento", afirma a professora Maria da Graça Bicalho, coordenadora do Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade.

Já o Memorial Newton Freire-Maia, que homenageia um cientista pioneiro no estudo da genética humana no Brasil e criador do Departamento de Genética da UFPR, será um novo fórum para discussão de questões científicas e culturais na universidade.

Além de abrigar o acervo do professor Freire-Maia, que inclui trabalhos publicados e objetos pessoais do cientista, o memorial contará também com salas para a realização de workshops e treinamentos.

Um anfiteatro com capacidade interna para 200 pessoas, que pode ser aberto para uma platéia extra integrada ao bosque existente junto à área do prédio, complementa a estrutura. "Além de eventos científicos, esse anfiteatro poderá ser usado também para apresentações musicais ou teatrais", salienta a professora Maria da Graça.


Sustentabilidade gera economia de recursos naturais e financeiros

Para garantir um planejamento, uma execução e uma gestão sustentáveis, o projeto do “prédio verde” contou com coordenação da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), e incorporou aspectos que diferenciarão as instalações do novo Ligh e do Memorial Newton Freire-Maia em relação à redução do impacto e à integração da edificação ao seu entorno, à otimização no uso dos recursos naturais, à gestão de resíduos e ao uso de materiais e insumos renováveis e reciclados.

Mais do que a busca pela inovação, a construção de obras sustentáveis refletem também uma preocupação com a economia de recursos, tanto naturais quanto financeiros. Muitos dos aspectos que tornam a gestão de um edifício sustentável estão baseadas na ecoeficiência, e contribuem também para reduzir custos administrativos. No caso do novo prédio da UFPR, o uso da iluminação por leds, diodos emissores de luz, é um dos muitos exemplos que espelham esse ganho.

A opção por essa tecnologia garantirá ao edifício um consumo de energia de 2W por metro quadrado, valor bem inferior à média normalmente registrada em escritórios, que varia entre 15 e 20 W/m2, e também ao padrão exigido pela certificação LEED, de 12W/m2.



Alguns aspectos que garantem a sustentabilidade ao projeto do prédio do Ligh e do Memorial Freire-Maia:

• O aproveitamento da energia solar para aquecimento de água e para a produção de água destilada.

• O aproveitamento das águas pluviais por meio de reservatório de captação.

• A utilização de madeiras de reflorestamento, materiais e insumos renováveis e reciclados.

• A instalação de telhado verde modular sobre a cobertura, aumentando o isolamento térmico e colaborando para a redução no consumo de energia.

• O uso de sistemas de automação nos projetos de iluminação, climatização, segurança e comunicação, permitindo uma gestão integrada e inteligente dos sistemas para reduzir o consumo de energia elétrica.

• A coleta e separação de resíduos gerados na operação de todo o edifício, especialmente nos laboratórios.

• A preservação e valorização da paisagem, possibilitando o mínimo impacto ambiental sobre o entorno.

• A orientação, com a implantação dos laboratórios de forma a otimizar o conforto térmico e a iluminação natural.

• A disposição dos laboratórios em um único pavimento, sobre pilotis, que colaborará para: a) um maior isolamento térmico do edifício; b) o uso de iluminação e ventilação naturais, gerando economia de energia elétrica e reduzindo riscos de contaminação; c) a preservação e cobertura das áreas de estacionamento; d) a possibilidade de intervir nas instalações dos laboratórios sem interrupção da rotina laboratorial ou riscos de contaminação.

• A criação de um grupo interno de implantação e monitoramento de práticas sustentáveis.




A certificação LEED

Desenvolvida nos Estados Unidos, pelo U.S. Green Building Council, a certificação LEED é reconhecida internacionalmente como um programa para avaliar o projeto, a construção e a gestão de edifícios sustentáveis. O selo leva em conta a performance das obras principalmente no que diz respeito à eficiência no uso da água, à economia de energia, à redução das emissões de CO2, ao ganho de qualidade interna dos ambientes e ao manejo dos impactos e dos recursos naturais.

Criado em 1998, o selo LEED já certificou mais de 550 milhões de metros quadrados construídos em todo o mundo, e quase 4,5 milhões de m2 no Brasil, segundo dados do Green Building Council Brasil. No Brasil, a maior parte dos empreendimentos certificados (78,5%), são estabelecimentos comerciais. As instituições de ensino são as construções menos representadas na obtenção do selo, com apenas 1,1% do total de certificações emitidas no País.

Um comentário:

Thiago Maso disse...

ahhh eu queria ta ai pra ter mais informacoes...

mas reintero minha questao anterior: como vai ser/foi projetado isso?? sustentabilidade nao eh botar um "telhado verde modular" onde for visivel ou comprar led's bastante caros..
sera que um edificio projetado com um pensamento arquitetonico "moderno anos 60" pode ser considerado sustentavel? (antes que algum prof. ou o yoshi reclamem, acho o sancho um dos melhores do brasil, e essa eh uma pergunta generalista)
e mais importante, pra midia até blz, mas pra arquitetos criticos e conscientes que somos, serah q a lista de aspectos que GARANTEM a sustentabilidade está realmente correta? aproveitar a agua pluvial eh lei, madeira de reflorestamento eh lei, separacao de residuos de laboratorio eh lei.. cumprir a lei eh algo especial?
e aspectos subjetivos como "preservar e valorizar a paisagem", como avaliar?
ultima questao: orientacao, pilotis em curitiba, uso de ventilacao natural, isso eh uma presuncao ou foi/sera calculado e avaliado da real necessidade, beneficios e vantagens?

realmente acho que devemos ser criticos quando projetamos e avaliamos um edificio, a discussao eh a melhor coisa que temos.. pena que aqui na suecia isso quase nao existe :(... temos de ser extremamente responsavel e nao (muito) preguicosos.. (e sobre isso, aguardem, to preparando um texto bacana hehe)...

hej då mina kompis...